Cimarron Uruguaio

21/02/2013 10:15

A origem do " Cimarrón Uruguayo" é incerta. O que se sabe sobre eles, é que muitos animais trazidos por colonizadores espanhóis e portugueses foram abandonados e voltaram ao estado selvagem. reproduzindo-se.

Nesta seleção natural só sobreviveram os mais aptos, astutos e fortes. Adaptados ao meio, com alimento abundante e sem predadores naturais, chegaram a ser considerados um perigo para moradores do campo e criação de gado, devido ao seu número excessivo, levando autoridades da época ( sec XVIII) a autorizarem grandes matanças. Milhares de animais foram mortos. Felizmente alguns refugiaram-se.

Notando as excelentes qualidade para trabalho com o gado e guarda, alguns fazendeiros começaram a criar-los.

Depois de muitos esforços, 20 anos após sua primeira apresentação em exposições do Kennel Clube Uruguaio, em 1989 a raça foi reconhecida oficialmente pelo KCU.

Se criou a Asociación de Criadores de Cimarrones Uruguayios e juntamente com o KCU confeccionarm o primeiro padrão da Raça.

Entrevista com Izabel Belloc Moreira Aragon e Leandro Campos Aragon
Canil Del Pago Peregrino


1. Por quê o Cimarrón Uruguayo?

Numa viagem a Montevideo, em 1996, na Plaza Cagancha, na Av. 18 de Julho, encontramos um policial com uma fêmea linda que o ajudava no policiamento de rua. Quando perguntamos que cão era aquele, ele disse, muito orgulhoso, “Cimarrón Uruguayo, el perro de Artigas” e completou dizendo que era o melhor cão que ele conhecia, já tinha trabalhado com várias raças, mas o Cimarrón Uruguayo era fiel, carinhoso, valente e guardião, e, por mais de 10 minutos, só fez os maiores elogios à raça. Na época, achamos bonito o entusiasmo dele, mas um tanto exagerado.
Quase 10 anos depois, quando, no final de 2006, nos mudamos da cidade para o campo, sentimos a necessidade de ter cães de guarda. Queríamos ter os cães soltos o tempo todo, integrados ao convívio da família e dos amigos, mas que fizessem a guarda. Muita gente dizia que isso não era possível (“cão de guarda é cão de guarda, não é para convívio com as pessoas”); pouquíssimos diziam o contrário. Pensamos em algumas raças e foi aí que lembramos daquela fêmea que vimos em 1996, em Montevideo.
Pesquisamos sobre a raça e tudo o que achamos tinha praticamente a mesma descrição daquele policial; entramos em contato com canis uruguayos e tivemos algumas respostas; fomos ao Uruguay (em Solymar, Departamento de Canelones), no início de 2007, e adquirimos nosso primeiro casal. No começo, não pensávamos em criar, registrar canil, ter ninhadas ou participar de exposições. Mas, mais que fazer a guarda de casa, esses cães nos encantaram de tal maneira, que o caminho natural foi a abertura e o registro do canil, o Del Pago Peregrino, no início de 2009, um ano depois que adquirimos nosso segundo casal. Hoje, quando nos perguntam sobre o Cimarrón Uruguayo, tranquilamente fazemos a mesma descrição que o policial nos fez em 1996, porque é o melhor temperamento canino que conhecemos, o melhor cão que já tivemos.
O Cimarrón Uruguayo é um excelente cão de trabalho e companhia. São rústicos, fortes, valentes, leais e carinhosos. No convívio diário, são brutalmente amorosos, extremamente apegados aos donos e, por isso, aprendem muito rápido as regras da casa. Eles têm uma especial predileção por crianças e com elas são atentos, delicados e cuidadosos. Ao mesmo tempo, aprendem sozinhos e desde muito cedo a fazer a guarda e não medem esforços para defender seus donos e seu território. No trabalho com o gado grande, segundo inúmeros relatos que conhecemos, inclusive de cães nascidos no nosso canil, são igualmente valentes e muito resistentes.
Por quê o Cimarrón Uruguayo? Por tudo isso e mais um tanto. O que, no princípio, era uma necessidade, a guarda da casa, rapidamente se transformou numa das nossas maiores paixões. O Cimarrón Uruguayo é a parte lúdica das nossas vidas, com quem aprendemos todos os dias sobre companheirismo gratuito, amor desprendido.

2. Na sua opinião, qual a principal característica morfológica é mais importante em um Cimarrón Uruguayo?

Na nossa opinião, o criador deve procurar se aproximar ao máximo do Padrão Oficial da Raça, no caso do Cimarrón Uruguayo, o Padrão FCI nº 353/10.04.2006/E, de 21/02/2006. A perfeição absoluta, exatamente conforme a descrição do Padrão, como em todas as raças, é impossível de ser alcançada, mas deve ser o horizonte, o rumo a seguir. Por esse ponto de vista, tudo o que está descrito nesse documento é importante.
O que temos são algumas preferências, dentro do Padrão Oficial da Raça, é claro. Por exemplo, lá está escrito:
“....................
APARÊNCIA GERAL: O Cimarrón Uruguayo é um cão de tipo molosso, de tamanho mediano, é forte, compacto, com boa ossatura, musculoso e ágil.
.....................”
Para nós, o conjunto dessas características deve estar presente; com evidência, mas sem exagero e de forma harmoniosa. Aliado a isso, uma boa cabeça, forte, mas proporcional e também sem excessos. Por fim, o olhar inquisidor descrito no Padrão. O Cimarrón Uruguayo te olha nos olhos e procura reciprocidade; não é ameaça, é franca fidelidade e devoção. É o que buscamos, tanto nos machos como nas fêmeas; a fêmea deve ser mais delicada que o macho.
 

3. Quais os pontos fracos da raça?

Na verdade, a resposta a esta pergunta não é a descrição de pontos fracos, mas de características da raça que exigem alguns cuidados. E podemos dizer exclusivamente sobre a nossa experiência com nossos cães, mas que é muito parecida com os relatos que ouvimos de outros criadores.
Em primeiríssimo lugar, o Cimarrón Uruguayo é um cão que tem muita energia e, evidentemente, precisa gastá-la. De preferência, trabalhando em alguma de suas funções, seja na guarda, no pastoreio do gado ou na caça. Portanto, não é um cão que se possa ter em um apartamento, em espaços reduzidos ou em confinamento. Tendo um manejo adequado (nada muito sofisticado, pois a rusticidade também é um traço marcante da raça) e espaço razoável, o resultado mínimo é um belo cão de guarda e companhia.
Outro ponto importante é a territorialidade aliada ao senso de matilha. E geralmente, aqui, como ocorre na maioria das raças caninas, o “ponto fraco”, por assim dizer, quando há, é mais do dono do que do cão. No Cimarrón Uruguayo não é muito diferente de outras raças. Invariavelmente uma fêmea é alfa e, geralmente, é a fêmea que chegou primeiro no “território” quem assume esse papel. Ela imporá limites e ensinará a todos os demais o lugar de cada um na hierarquia; isso dá equilíbrio ao grupo. Ao dono cabe entender e respeitar esse funcionamento, e exercer a liderança sobre todos os indivíduos da matilha, inclusive a fêmea alfa. Não é o caso (nunca deve ser) de uso da violência ou castigos físicos. Mas é necessário firmeza, disciplina e clareza em demonstrar o que se quer do cão, deixar muito bem claro o que é permitido e o que não é. A partir do momento em que o Cimarrón Uruguayo entende o que se quer dele (e ele entende muito rapidamente), ele obedece pelo puro prazer de agradar seu dono.
Vemos muitas pessoas atribuírem ao Cimarrón Uruguayo a dificuldade (ou até a impossibilidade) de convivência com cães de outras raças. Não é exatamente a nossa experiência. Por exemplo, os 5 Cimarrón Uruguayo que temos em casa atualmente, todos criados soltos e sendo 3 deles adultos, têm perfeita convivência diária com uma pequena SRD que não pesa mais de 5 kg: no inverno, ela escolhe um deles para usar de cama e tirar uma boa soneca; na guarda, trabalha junto com eles, ela dá o sinal e 5 Cimarrón Uruguayo se apresentam. E há, pelo menos, 3 cães de outras raças que nos visitam de vez em quando e com quem o Cimarrón Uruguayo nunca teve ou causou problemas. É claro que a nossa experiência pode não ser a regra e, obviamente, o dono do cão tem que estar atento para identificar problemas de convivência e procurar evitar brigas entre cães.
 

 

4. Quais os principais cuidados com a saúde?

Primeiro, o simples e básico manejo sanitário para qualquer cão, como uma ração de boa qualidade, água fresca sempre à disposição, um lugar seco e limpo para dormir; aplicação de anti-pulgas e anti-carrapato, vermifugação e visitas periódicas ao Médico Veterinário para vacinação e consulta de rotina.
Em segundo lugar, um cuidado anterior até à aquisição do filhote, é procurar saber se o criador de quem se está adquirindo o filhote faz efetivo controle de Displasia Coxo-femoral (doença hereditária e degenerativa das articulações dos quadris). Não que a doença tenha uma maior incidência no Cimarrón Uruguayo, mas, ocorrendo, quanto maior o grau, maiores são os sintomas, como dor, claudicação dos membros posteriores e, consequentemente, sofrimento para o cão.
O efetivo controle da doença, segundo as orientações dos Médicos Veterinários que acompanharam e/ou acompanham nossos cães, se faz através de 2 providências relativamente simples: (1) realização de exame de raio x a partir de 1 (um) ano de idade, e (2) acasalamento apenas de cães livres da doença (grau A) ou, no máximo, com grau leve (grau B). Estas duas providências não eliminam completamente o risco da transmissão da doença aos filhotes, mas o diminuem consideravelmente.
Tendo esses dois cuidados, que são preventivos, o Cimarrón Uruguayo não requer um manejo sanitário especial e não lhe é comum a ocorrência de doenças crônicas ou de tratamentos mais difíceis. A rusticidade é uma de suas grandes características, o que lhe dá muita resistência.
 

 

 

5. Cite alguns cães considerados ícones da raça.

 

Aqui, lembramos de alguns cães que, acreditamos, contribuíram e contribuem, de alguma forma, para o aprimoramento do Cimarrón Uruguayo; não seria citar cães considerados ícones da raça, mas mais uma homenagem por essa contribuição.Do ponto de vista simbólico, os cães da famosa frase do General Artigas (herói da independência do Uruguay): “El día que me quede sin soldados he de pelear con perros cimarrones!” Essa frase descreve a fidelidade e a valentia do Cimarrón Uruguayo.
Sob o ponto de vista histórico do Cimarrón Uruguayo como raça pura, merecem homenagem os primeiros exemplares registrados pelo Kennel Club Uruguayo, conforme carta enviada por este ao então Presidente da Sociedad de Criadores de Cimarrones, em 25/07/1989, porque há um pouco de cada um deles em todos os Cimarrón Uruguayo que criamos hoje. São eles: Cimarrona, Negron, Boca, Overo, Fefo, Tana, Isabel, Yoi, Sasón, Compañero, Baguala, Sarandí, Felipe, Espuela, Tatú del Sarandí, Talero del Sarandí e Tacuará del Sarandí.
Mais recentemente, alguns cães que alcançaram, ao nosso ver, títulos importantes, como o título de Grande Campeão Uruguayo: Luz Mala de Quilligan, Guri Los Robles, Gabino de Quilligan, Boliche de Quilligan, Mat de General Artigas, Pitanga del Taquari, Morgana de Quilligan, Guica Los Robles e Prudencia de Quilligan; e, também, Olimareña de Quilligan, a primeira Campeã Mundial da Raça da história, na Exposição Mundial do México, em maio de 2007.
 

 

6. Quais as dificuldades que encontrou ao introduzir a raça no Brasil-RS?

Quando abrimos e registramos o canil, no início de 2009, fomos o único canil da raça, no Brasil, a criar selecionando e importando cães com pedigrees de canis uruguayos e a fazer efetivo controle de displasia coxo-femoral.
Talvez a nossa grande dificuldade no Brasil, desde que trouxemos nosso primeiro casal, foi o desconhecimento do Cimarrón Uruguayo como raça pura. E aqui nos referimos à cinofilia, ou seja, a criação de cães de raça pura segundo um Padrão Oficial e dentro de um sistema cinófilo internacional, no nosso caso, FCI/CBKC.
Entre o final de 2006 e o início de 2007, antes de adquirirmos o nosso primeiro casal, pesquisamos muito aqui no Brasil e não encontramos nenhum canil que trabalhasse com cães com pedigree e que fizessem a seleção morfológica de bons exemplares.
No Rio Grande do Sul, já há bastante tempo e ainda hoje, há no campo, nas fazendas de gado, muitos Cimarrón Uruguayo trabalhando no pastoreio, na lida campeira. A grande maioria desses cães não tem registro, acasalam entre si ou com cães de outras raças (ou SRD) e seus filhotes são dados de presente ou vendidos, sem a preocupação com a pureza da raça ou a seleção de bons exemplares. Por outro lado, havia, e ainda há, proprietários de cães registrados ou não, que fazem o acasalamento e vendem seus filhotes sem pedigree a um custo extremamente baixo. Assim, a mestiçagem é muito provável de estar presente, o que desvaloriza a raça.
Aos poucos, esse cenário vem mudando. Já existem mais canis importando cães, fazendo a seleção de bons exemplares e o controle da displasia. Ainda somos poucos, mas estamos em constante crescimento. Cada vez mais as pessoas que possuem um exemplar sem registro se interessam e se dispõem a submeter seus cães à avaliação para obtenção de Certificado de Pureza Racial – CPR e a conhecer o Cimarrón Uruguayo, conforme descreve o seu Padrão Oficial.
Nisto, em particular, temos conseguido bons resultados no trabalho do Departamento do Cimarrón Uruguayo, criado em julho/2012, junto à FECIRS. Temos realizado exposições especializadas e matchs, trazendo árbitros especializados e criadores uruguayos, sempre com o apoio fundamental da FECIRS. Nessas ocasiões, além de palestras sobre a raça, troca de experiências e informações, o Departamento e a FECIRS sempre abrem espaço para as avaliações para obtenção de CPR. E a resposta tem sido muito boa e crescente. Mesmo quando o Certificado não é concedido, o interesse daquele proprietário já é sinal de que ele quer criar da mesma forma com que este grupo está fazendo. E nunca falta alguém deste grupo que lhe diga que aquele cão vai continuar sendo o melhor e mais bonito cão do mundo aos olhos do seu proprietário; mas que também está criada a oportunidade de se abrirem os olhos de um novo criador da raça.
Nesta realidade que ainda temos aqui no Brasil e, em especial, no Rio Grande do Sul, esta talvez seja a grande vitória de um pequeno grupo de criadores que quer fortalecer o Cimarrón Uruguayo e difundi-lo como raça pura e de forma
correta aqui no Brasil, conforme o seu Padrão Oficial e dentro do Sistema FCI. Dificuldades existem e continuarão existindo, isso é certo; mas há muito trabalho pela frente a fazer, também, e temos essa disposição.


7. Quais os principais cuidados que novos criadores devem ter em sua criação?

Na nossa opinião, buscar orientação especializada, estar em contínuo aprendizado, trabalhar duro e ter persistência. Não existem fórmulas prontas, cada um tem seu jeito; este é apenas o nosso.
Junto com o Cimarrón Uruguayo, conhecemos muitos criadores muito mais experientes que nós; e com eles, além de termos feito algumas boas e grandes amizades, aprendemos constantemente. É em alguns deles que buscamos o que ainda não sabemos, o esclarecimento de uma dúvida, a ajuda para decidir determinada situação e até a opinião sobre esta ou aquela característica de algum de nossos exemplares, filhotes, ninhadas, etc. Na nossa opinião, ninguém nasce sabendo. Então, buscar orientação especializada, com quem é reconhecidamente mais experiente, é uma das melhores formas de aprender.
Conhecer o Padrão Oficial da raça que criamos também é básico para o aprendizado. Não a simples leitura, mas o seu estudo e entendimento; fazer o exercício constante de tentar saber enxergar, no seu cão, a presença (ou não) daquela característica descrita no Padrão. No caso do Cimarrón Uruguayo, o Padrão Oficial da Raça é praticamente o único documento à disposição do criador. É uma raça muito nova e quase não existe literatura sobre a raça. E a pouca literatura que existe não foi escrita ou aprofundada sob o ponto de vista cinófilo. Então, para o criador, o Padrão é a única fonte teórica de consulta.
A cinofilía, o “ser criador” é viver a criação todos os dias, é decidir, acertar e errar, é aprender com os erros, é saber identificar onde tivemos bons resultados e onde não tivemos, é saber seguir em frente apesar dos imprevistos. Isso vale para tudo o que diz respeito aos cães, desde ração, instalações e as necessidades do dia a dia, até a seleção de filhotes, a escolha de exemplares para acasalar, o manejo das ninhadas, a venda de filhotes e tudo que envolve exposições. Isso exige muito trabalho e persistência.
É preciso saber que nem todas as ninhadas serão lindas e saudáveis, nem todo filhote selecionado dará bons resultados em pista ou será um bom padreador ou uma boa matriz, nem todos os acasalamentos vingarão, algumas vezes é preciso sair correndo no meio da noite a caminho do Veterinário e também perderemos cães por pura fatalidade. Mas isso é da vida e também é da vida ter aquela ninhada fabulosa, ver o filhote que se escolheu se transformar num belo exemplar, entrar em pista e compartilhar com ele uma vitória, seja um Melhor Sexo de Classe, seja alguma colocação no Best In Show. Essas experiências são únicas para qualquer criador.
Mas o melhor de tudo isso é voltar para casa acabados de cansados, depois de um dia de trabalho ou depois de um ou dois dias de exposição, com ou sem prêmio na mão, e vermos todos de rabo abanando, felizes só porque chegamos em casa. Isso é impagável para qualquer pessoa!
 

Entrevista com Claudio Gluck
Canil La Fogueira


1. Por quê o Cimarron?

 Na verdade, comecei a ser um criador da raça por acidente quando ainda morava no Uruguai (imagino que todos começam assim). Me apaixonei pela raça quando um amigo recebeu de presente de aniversário da sua esposa  uma cadela de 3 meses, como frequentava muito a casa dele, me apaixonei pela cadelinha, principalmente pelo temperamento dela. Meu amigo me presenteou com uma filha de sua primeira ninhada e, depois que ficou adulta, quis ter uma filha dela para que fizesse companhia para a mãe, após isso, comecei a criar seriamente e ir a exposições.

2. Na sua opinião, qual a principal característica morfológica é mais importante em um cimarron?

A palavra que mais define o Cimarrón é EQUILIBRIO. Ao ser um cão tão versátil (suas funções são muito variadas: caça, trabalho com gado, guarda e ainda, um excelente cão de companhia), não pode ser um cão leve e também não pode ser muito pesado, ter um temperamento muito equilibrado, ter coragem porém sem ser bravo ou violento para poder realizar todas as funções antes mencionadas.

3. Quais os pontos fracos da raça?

Eu acho que a  raça Cimarrón Uruguayo não tem pontos fracos identificados, porém se deve cuidar muito o temperamento. Muitas pessoas têm a idéia de que um cão de guarda deve ser bravo, mas isso não é necessário. O Cimarrón é um cão territorial e faz uma excelente guarda, mesmo sem treinamento. Apesar de não ser um cão violento, devemos deixar bem claro quem manda na nossa casa, e isso se deve fazer desde que ele é um filhotinho: é muito mas difícil fazer entender quem manda na casa quando ele pesa aproximadamente 40kg.

4. Quais os principais cuidados com a saúde?

O Cimarrón é um cão muito rústico portanto não tem grandes problemas de saúde. Ao ser um cão de tamanho médio/grande, é aconselhável RX a partir do 1º ano de vida para saber se o exemplar possui algum grau de displasia coxofemoral, e não acasalar cães que tenham grau superior a “C”,  uma alimentação de qualidade pelo menos média vai garantir um crescimento correto.

5. Cite alguns cães considerados ícones da raça.

Guri de los Robles, Yapa de Arequita, Yara D’il Capo, Crudo de Arequita.

6. Quais as dificuldades que encontrou ao introduzir a raça no Brasil?

A principal dificuldade que ainda encontro é o desconhecimento pela raça. No RS já é bastante conhecida, mas nos Estados do centro e norte do Brasil, ainda é muito desconhecida.

7. Quais os principais cuidados que novos criadores devem ter em sua criação?

A raça Cimarrón Uruguayo é uma raça muito nova, portanto, devemos ter cuidado com a consanguinidade e os acasalamentos para não juntar pontos fracos de ambos os pais, e muito cuidado com a tipicidade e o temperamento.